Ética política, evolucionismo e prática cristã: Entrevista exclusiva com o Doutor Amin Rodor

Que relação existe entre a crise moral superdimensionada pelos exemplos do Congresso Nacional, as tentativas de manipulação do recente episódio envolvendo Suzane Richtoffen, os sucessivos ataques à credibilidade bíblica perpretados pela cultura evolucionista, e o papel do cristão como sal da terra e luz do mundo nesse ambiente impregnado de sordidez?
Para refletir sobre esse momento histórico, Parajornalismo foi ouvir o teólogo Amin Rodor, uma das vozes essenciais, entre tantas, que o Brasil tem o privilégio de ouvir nesse momento tão importante.
Formado em Teologia, com Mestrado em Divindade e o Doutorado em Teologia Sistemática na Andrews University, em Michigan, EUA, o pastor Amin Rodor defendeu sua tese doutoral com o título The Poor in the Context of the Ecclesiology of Liberation Theology, sendo considerada entre as melhores escritas naquela universidade. Depois de servir como pastor por mais dez anos nos Estados Unidos e Canadá, o teólogo atua hoje como diretor da Faculdade Adventista de Teologia, no Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), Campus Engenheiro Coelho, onde também leciona em sua área de especialização. O Dr. Rodor é casado com a enfermeira Rita de Cássia, e têm três filhos, Dianne (22), Luccas (16) e Michel (14).
Nesta entrevista, ele analisa os conflitos éticos por trás dos episódios recentes da política e da sociedade brasileiras; reflete sobre o relativismo que impera na história contemporânea; analisa os ataques sofridos pela Bíblia pela milícia evolucionista; e convida os cristãos a fazerem a diferença nesses tempos que considera proféticos. “Enquanto relativizando todos os sistemas humanos de governo, os cristãos são chamados a servirem como meios de reconstrução moral, oferecendo um legado de honestidade, transparência e virtude, onde viverem e servirem, em honra dAquele que é a Verdade, e que ensinou um estilo solidário de vida”, sugere.
A seguir, a entrevista completa.
Recentemente, o País inteiro ficou chocado com a tentativa de manipulação de uma emissora de telivisão, por parte de Suzane Richtoffen e seus advogados. Estamos vivendo na Era da Mentira?

Amin Rodor – A mentira não é pratica nova na história da humanidade. Hoje, ela apenas se tornou desinibida, conhecida, divulgada e sistêmica. O caso específico da tentativa de manipulação dos advogados de Suzane Richtoffen, às vésperas do seu julgamento, é deplorável. Contudo, devemos lembrar que este é comportamento clássico de advogados de defesa, especialmente em crimes desta natureza, buscando atenuar a opinião pública, apelando para os sentimentos, na tentativa de criar contexto mais favorável. Todo o cenário, as lágrimas, gestos, atitude de desorientação, as próprias roupas infantis, revelam uma estratégia calculada. Mas não é nenhuma novidade que advogados não aceitam seus clientes baseados na convicção da inocência deles.

Por outro lado, creio, há uma outra face escura naquela entrevista. A própria rede televisão em causa não apresentou comportamento muito mais ético. E nos perguntamos o que é pior? A prática de “esquecer” microfones ligados, para expor seus entrevistados, tem se repetido em outras circunstâncias. Sem dúvida tal comportamento também é pouco ético, e, aparentemente, constitui um engano calculado, em relação aquilo que deve ter sido combinado com os conselheiros da moça. Que advogado escolheria expor seu cliente a uma situação daquelas, tivesse isto sido uma condição? Não teria a emissora de televisão também quebrado um código moral, em busca do espetacular, do sensacionalista, e em sua obsessão por índices de audiência ou se fazer passar por heroína as olhos da opinião pública?
Tanto advogados como canais de televisão sabem que o maior efeito que se pode exercer sobre as pessoas é de natureza emocional. Eles sabem que quando as emoções são tocadas, facilmente as pessoas são manipuladas. Nos dois casos, a preocupação primária não é com a verdade, com conteúdo moral, mas com o puro marketing. Assim, sem dúvida, estamos vivendo na Era da Mentira generalizada.

O Brasil passa por uma crise ética tida por alguns setores sociais como sem precedentes. As denúncias de escândalos se sucedem, e alcançam quase todos os setores institucionais. O que toda essa situação pode nos ensinar, do ponto de vista cristão?

Amin Rodor – Corrupção, falta de transparência (palavra muito desgastada pelo seu abuso), falta de responsabilidade, mal uso do poder e de recursos públicos, usualmente em segredo e para vantagem privada, também não são nenhuma novidade na história dos povos em geral e na história do Brasil em particular. Desde o período colonial a corrupção no Brasil tem florescido em duas trajetórias específicas: 1) A manipulação de decisões políticas, para favorecer ganhos e interesses particulares e, 2) Apropriações de recursos públicos por políticos inescrupulosos.

A generalização dos escândalos agora, entretanto, alcançou entre nós uma proporção sem precedentes. Mentira, cinismo, ausência de decência comum e todo tipo de comportamento sórdido, banalizaram a vergonha e a ética. A crise atual nos setores públicos têm, porém, um agravante desolador: Os comportamentos inescrupulosos que testemunhamos são verificados entre aqueles que se auto-proclamavam os campeões da moralidade e da virtude pública. Os que foram vistos como a solução para o câncer que historicamente tem corroído a República se demonstram hoje como uma parte grotesca do problema. Toda esta situação desencanta, especialmente quando a nação assiste chocada a impunidade celebrada com passos de dança, e com a zombaria do mínimo que é esperado dos representantes do povo. Ou será que a verdade crua é que no Brasil o povo não tem representantes? Que os que estão no poder apenas representam a si mesmos e aos interesses dos seus patronos?
Os cristãos não deveriam ter qualquer ilusão quando às distorções enterradas na natureza humana caída, que, dada as circunstâncias, se revela com todo o ímpeto de sua desfiguração. Por outro lado, todo este quadro de aberrações sugere que estamos chegando a um beco sem saída na história humana, onde a própria vida está se tornando, progressivamente, impossível no planeta Terra. O elenco dos males relacionados por Jesus Cristo, em sua descrição do tempo do fim (Mat. 24), inclui problemas de natureza social e moral, que se ajustam com precisão cirúrgica ao cenário atual.

Recentemente, uma pesquisa elucidava que os fatos envolvendo corrupção no setor público eram reflexos de um posicionamento humano na vida, onde a moral tem parca repercussão. O que o senhor tem a dizer sobre isso? Numa escala geral, pode-se dizer que o homem está se tornando, irremediavelmente, amoral?

Amin Rodor – Claro que é mais fácil confessar os pecados dos outros, e muitos dos que são especialistas em apontar a falta de decência básica nos políticos, não se comportam muito melhor na rotina diária deles mesmos. O Brasil figura no 46o. lugar entre as 91 nações mais corruptas do mundo. Presenciamos entre nós o que se poderia chamar de regime da cleptocracia (o governo do roubo). Em pesquisa relativamente recente, 82% dos brasileiros responderam que a corrupção é o primeiro ítem a ser atacado pelo governo, mesmo antes do desemprego, dos problemas na educação e segurança. Contudo, se a maioria dos brasileiros se comporta com a filosofia do jeitinho, do “levar vantagem em tudo,” a solução ficará sempre no terreno das abstrações. Corrupção no setor público é certamente um reflexo da cultura, porém este fenômeno tem caráter dialético. O cinismo, desonestidade, amoralidade dos políticos despertam e reforçam os mesmos vícios entre as pessoas em geral, o que por sua vez se reproduz na nova geração de políticos, que aparecerão ainda piores, mais cínicos e corruptos.

Podemos dizer que um processo de entropia moral se estabeleceu na raça humana. Os ruins estão se tornando naturalmente piores, e assim, a sociedade está perdendo suas últimas fibras. Instituições tais como escola, família e em certa medida a própria Igreja, que no passado serviram de guias morais para a sociedade, hoje apenas refletem a sociedade, que sistematicamente minou estas forças. O quadro, do ponto de vista humano, é sombrio. A disfunção moral do homem é evidente em todas as partes, dando testemunho de que algo está terrivelmente errado conosco. As Escrituras, em II Timoteo, 3:1-5, dão-nos um quadro exato da situação contemporânea: “Sabe, porem, isto: nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, ingratos, inimigos do bem, traídores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus” Isto parece mais atual do que jornal que vai sair amanhã!

Pode haver alguma relação entre essa crise ética e moral e o relativismo comum à sociedade de consumo dos dias atuais, caracerizada pelo forte materialismo?

Amin Rodor – Por muito tempo o materialismo marxista pregou que a “religião é o ópio dos povos”, e muitos creram. A realidade, contudo, é precisamente o inverso: O materialismo é o narcótico que anestesia as pessoas para o nível mais importante da vida, que é a dimensão espiritual. O materialismo estabelece e faz triunfar a lei das garras e dos dentes, com a questionável ética da “sobrevivência do mais forte.” O materialismo criou uma cultura consumista, em busca da satisfação de desejos artificiais criados pela propaganda dos meios de comunicação, e as pessoas estão ficando cada vez mais vazias daquilo que realmente conta. O Hedonismo, a filosofia do prazer, invadiu o planeta e tornou-se a obsessão dominante. Sucesso e poder, em termos seculares, têm levado as pessoas a busca-los a qualquer preço.

O materialismo, contudo, desequilibra o psiquismo humano, desfigura e viola o verdadeiro sentido da vida, esmaga o sentimento de fraternidade entre as pessoas, porque leva a um estilo de vida centralizado no eu, infectando todas as malhas da sociedade. Como explicar que alguns têm o que eles não poderiam gastar em muitas vidas, enquato outros não têm nada, nem mesmo o suficiente para as 2000 calorias necessárias diariamente? Que tipo de insanidade é esta, que torna as pessoas incapazes de ver direito, sentir direito e agir direito? Jesus estava absolutamente correto ao tratar o dinheiro como um deus, que escraviza as pessoas, cegando-lhes os olhos, paralizando as mãos, selando os lábios e congelando o coração. Assim, elas se tornam inabilitadas, incapazes de incluirem os outros e suas necessidades, em seus projetos pessoais de ganância desmedida.
Tal comportamento, contudo, é suicida. Steve Berglas escreveu o livro The Success Syndrome: Hitting Botton When You Reach the Top (A Síndrome do Sucesso: Chegando ao Fundo Quando Você Alcança o Topo), que discute os perigos morais, interpessoais e psicológicos do “sucesso” na sociedade atual. Berglas observa que “poder e sucesso” representam, na maioria das vezes, compromisso moral. Pessoas alcançando o topo, frequentemente chegam ao chão em sua vida moral e espiritual. Com freqüência suas famílias são destruídas e deixadas para trás, para não se falar das outras pessoas. As vítimas desta síndrome, com freqüência, se tornam tão obcecadas consigo mesmas, ao ponto de se tornarem escravas de comportamentos destrutivos, para conviverem com seus problemas de consciência, ou então se endurecem, tornam-se calosas, distantes e frias.
Várias soluções têm sido propostas para os problemas enfrentados pela família humana na área social. Muitos crêem que tecnologia, educação, ou abundância de recursos, são as saídas para o dilema humano. Embora essas alternativas tenham suas áreas próprias de ação e influência, essencialmente o problema humano é de natureza espiritual. Repetidamente Jesus sugeriu que a dificuldade com os seres humanos não é tecnológica, educacional, ou de mera falta de recursos. O problema está no coração humano. Nós somos distorcidos interiormente, gravitamos ao redor de nossos interesses. Em Marcos 7:21-22 Jesus coloca o indicador na jugular da condição humana: “Pois do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a lascívia, a inveja a blasfêmia, a soberba e a loucura”.
O problema básico com o mundo não é meramente termos o sistema errado de governo, o predomínio da ignorância, ou falta de acesso a maiores recursos. O problema essencial do mundo são as pessoas alienadas de Deus, basicamente egoístas, motivadas por aquilo que elas podem ganhar e acumular. Não é de admirar, então, as turbulências criadas pela corrupção. Não é de admirar, então, que a brecha entre ricos e pobres seja tão grande, sem qualquer solução prevista.
Jesus indicou o problema com clareza surpreendente: Separados de Deus, vivemos em trevas, em ignorância, centralizados em nossos desejos egoístas e em nossas prioridades distorcidas. Daí porque Jesus Cristo é tão radical a falar da solução, em termos de um novo nascimento (João 3:3). Ele falou de uma mudança dramática e completa em nossa vida. Ele referiu-se a uma vida completamente nova! Ele ensinou que a mudança real deve partir do interior, operada pela graça divina, quando a Ele nos volvemos em fé. Jesus Cristo foi um realista. Ele ensinou que operando meramente no plano material, o homem continuará encravizado e fossilizado dentro da concha que o envolve. É apenas porque os homens têm um conhecimento superficial das reais causas do problema humano, que as soluções propostas não passam de tentativas frustradas, tais como se estivessemos tentando curar um tumor maligno ou uma leucemia com band-aids ou aspirinas. Karl Marx falou do surgimento do “novo homem” quando os oprimidos subvertessem os opressores. O que acontece realmente em tal revoluçao? O que vemos, historicamente, é apenas o surgimento, não do “novo homem,” mas do “novo opressor.” Tal verdade é magistralmente ilustrada por George Orwell, em A Revolução dos Bichos. Jesus falou do surgimento do novo homem, quando os demônios interiores de nossa depravação forem destronados pelo novo princípio de vida, que Ele implanta em nossa velha natureza. Devemos então esperar que todos se convertam? Não. Isto seria utópico, e é precisamente por isto que, de forma provisória, até o momento quando Deus implantará o Reino perfeito, as leis devem funcionar na sociedade, tanto controlando os governantes, como punindo com seriedade e imparcialidade todos os desvios sociais e políticos.

Recentemente, as Escrituras Sagradas têm recebido ataques contra sua legimidade. Cientistas anunciam descobertas como a caminhada de Jesus sobre o gelo ao invés de água, e a descoberta do Evangelho de Judas, propondo uma nova visão sobre os escritos bíblicos. Gostaria de ouvir sua opinião a respeito. Pode haver relação entre esse questionamento e a degradação da moral humana?

Amin Rodor – Ataques às Escrituras não são realmente recentes. Suas investidas mais poderosas vieram com o método crítico histórico, nos desdobramentos do Iluminismo. Mas a Palavra de Deus continua sendo uma extraordinária bigorna de aço, irredutível, onde os martelos do ceticismo têm-se desintegrado, um a um. “Seca a erva e murcham as flores, mas a Palavra do Senhor permance para sempre”(Isaías 40:8) A Bíblia continua sendo o livro mais traduzido, mais difundido, mais lido, mais reverenciado, e a maior influência positiva na vida das pessoas, onde quer que ela seja aberta e sinceramente aceita. Aí está uma poderosa arma contra a corrupção, amoralidade e abandono da ética!
Dizer que Cristo tenha andado sobre o gelo, não passa de um argumento ridículo, desacreditado por uma simples leitura da narrativa. Como explicar então que Pedro afundava nas mesmas águas, que as ondas se agitavam, ou que os discípulos estiveram remando um barco? Apenas a ignorância, o preconceito, a má vontade humana, e a rejeição do elemento sobrenatural nas Escrituras, poderiam sugerir uma explicação desta natureza.
Nesta mesma linha, veja por exemplo a teoria da evolução, aceita nos meios universitários como “ciência.” Uma teoria que realmente não passa de mera filosofia científica, ou mesmo de um tipo de religião, que enfrenta formidáveis obstáculos, e que não seria aprovada num teste básico da verdadeira ciência, porque não pode ser observada, testada, experimentada ou repetida. Todos os fatos da biologia ou da geologia demonstram que ela não ocorreu no passado, e todos dados genuinos das ciências fisicas demonstram que ela é absolutamente impossivel de ocorrer. Arthur C. Custance, Ph. D., em antropologia, membro da Canadian Physiological Society, do Royal Anthropological Institute e da New York Academy of Sciences, em seu artigo “Evolution: An Irrational Faith,” (“Evolução: Uma fé Irracional”), observa: “Virtualmente todas as noções fundamentais da fé evolucionista ortodoxa, têm se demonstrado contrárias aos fatos”. Contudo, ele continua, “tão arraigadas são as pressuposições que a teoria é agora amplamente mantida, a despeito das evidências ao contrário.”
Muitas das “evidências” apresentadas pelo evolucionismo, não passam de fraudes grosseiras, na tentativa de se perpetuar o mito, freqüemente divulgadas com fervor missionário pelos meios de comunicações. E, por estranha ironia, tal teoria é ensinada quase universalmente nas salas de aulas, dos primeiros aos últimos graus, como um fato, em todas as ciências naturais. O conceito, entretanto, representa uma contradição fundamental: Próximo ao princípio racional, indispensável a qualquer arrazoado lógico, o homem incrédulo introduziu um princípio de irracionalidade. A ciência e os cientistas de forma geral, podem ver a ordem e o desígnio no universo que os cercam, e sabem que sem tal ordem a própria ciência não poderia existir. Ao mesmo tempo, irracionalmente eles suprimem a verdade de que a ordem e o desígnio não podem existir por acaso. Em seu orgulho e arrogância intelectual, tem tentado eliminar o Criador, e, ironicamente, um grande número de cientistas prefere interpretar os fatos do universo e da vida em termos de uma precária teoria filosófica.
Voltando a questão do Evangelho de Judas, recentemente discutido pela midia, o que ele representa? Apenas um documento antigo, como muitos outros. Para pessoas familiarizadas com a crítica textual do Novo Testamento, sabe-se da existência de pelo menos 29 a 32 destes evangelhos apócrifos, muitos deles atribuídos a nomes conhecidos no Cristianismo primitivo (pseudoepígrafos), na tentativa de atribuir autoridade ao seu conteúdo (como o Evangelho de Pedro, Maria, Nicodemos, Tomé, Pilatos, etc).
A maioria destes “evangelhos” foi escrita em periodo muito posterior ao Novo Testamento, para satisfazer a curiosidade popular, e estão cheios de lendas a respeito da vida de Cristo. O conhecimento agora do Evangelho de Judas, com procedência do terceiro século AD, foi provavelmente escrito por uma comunidade gnóstica (grupo herético, que alegava possuir conhecimento esotérico, e que, em função da dicotomia grega entre matéria e espírito, não criam na realidade fisica da encarnação de Jesus), e que se vale da figura de Judas como um instrumento para conformarem Jesus à sua filosofia religiosa. A questão é: Por que alguém deixaria de crer nos evangelhos canônicos, com manuscritos originais ou cópias muito mais antigas e de historicidade comprovada, para aceitar uma teoria que serve apenas aos propósitos daqueles a serviço da incredulidade, para quem uma grama de mentira vale mais do que toneladas de verdade?
Finalmente, é claro que existe uma relação entre o abandono de Deus e o estado de coisas encontrado de forma globalizada na comunidade humana. O que esperamos depois de envenenarmos a alma de nossas crianças e jovens com incertezas a respeito de suas origens, propósito e destino? Se eles são apenas resultado de forças cegas da natureza? O que esperamos quando doutrinamos nossas crianças e jovens na cartilha da violência, da licenciosidade, da indisciplina e os mergulhamos na cultura do eu? Os barões e gurus dos meios de comunicação, que sistematicamente tem corroído e subvertido a idéia de Deus, devem ao mesmo tempo, aprender a conviver com a corrupção, crime, violência, roubo, ganância, falta de ética e desrespeito generalizado à vida, males que, em grande medida, eles tem encorajado e difundido. Afinal, não se pode eliminar o orgão e esperar a função!

De que maneira o cristão pode ser uma influência positiva para um comportamento ético no mundo ontemporâneo?

Amin Rodor – Os cristãos são chamados a evitar todo o tipo de omissão em face à responsabilidade social, bem como evitar toda forma de pessimismo escatológico. Eles devem, como sal e luz, oferecer, em meio às forças da morte, da desintegração ética e do declínio moral, o exemplo do seu testemunho, bem como agirem como instrumentos de preservação e renovação de todos os valores que dignificam e promovem o respeito à vida. Embora crendo que nenhum sistema humano criará o paraíso neste planeta, dominado pelo mal e pelo pecado, enquanto aguardando “novos céus e nova terra nos quais habita a justiça” (II Pedro 3:13), os discípulos de Cristo devem se unir a todo esforço legítimo por reformas coerentes que promovam a justiça, integridade e a igualdade entre as pessoas. Eles são também chamados a ministrarem aos desafortunados e necessitados, com quem partilham a jornada da vida. Enquanto relativizando todos os sistemas humanos de governo, os cristãos são chamados a servirem como meios de reconstrução moral, oferecendo um legado de honestidade, transparência e virtude, onde viverem e servirem, em honra dAquele que é a Verdade, e que ensinou um estilo solidário de vida. Os seguidores de Cristo, embora vivendo em contexto de corrupção, e testemunhando o eclipse da ética, devem lembrar que a escuridão não afeta as estrelas. De fato, a escuridão apenas realça o brilho delas, e que, quanto mais escura for a noite, mais brilhantes serão as estrelas!

2 pensamentos sobre “Ética política, evolucionismo e prática cristã: Entrevista exclusiva com o Doutor Amin Rodor

  1. Não poderia deixar de comentar este artigo, ainda mais pelo fato de já ter tido a oportunidade de ouvir vários sermões do Pr. Amim Rodor.
    As colocações são certeiras e inflamadas da Verdade, hoje a sociedade está colhendo os frutos que ao longo do tempo tem sido plantados na mente humana através da mídia de uma forma generalizada. Como podemos esperar melhoras de uma cultura que insiste em viver sem o Centro da vida? Como espera que programas de reabilitação de pessoas com caráter desfigurado e imersos nas drogas, promiscuidade, corrupção e todas as manifestaçãos abertas do afastamento de Deus sejam levados adiante se a nas nossa escolas Deus é deixado de lado em troca vãs filosofias humanas?
    Os ataques contra a verdade sempre existiram desde que a humanidade foi pega pelo pecado, e podemos ter certeza que estes ataques ainda ficarão mais intensos, pelo fato de nosso inimigo saber que “pouco tempo lhe resta” como nos diz João o discípulo amado.
    A ética na mídia é sempre superada pelo desejo de ter mais telespectadores, então não se divulga o que é melhor para sociedade e sim o que dá ibope não importa qual seja o teor da mensagem o importante é estar no topo. O que eles esquecem que muito em breve estarão presos a esta rede que eles mesmos estão colocando para pegar sua “caça”, como vítimas do seu próprio veneno.
    A escuridão moral que vivemos nos dão ainda uma margem maior de testemunharmos em favor da verdade, sem muito esforço, bastando apenas fazermos aquilo que o Mestre nos ensinou:
    “Vós sois a luz do mundo” Mt. 5:14

  2. Prof. Amim Que prazer ter estudado com o Sr., até hoje escuto seua aulas em meu computador(sermãos) Que Deus seja louvado em sua vida. Hoje vou falar sobre o poder que moisés não tinha. Feliz Sábado!!!!!! Estamos em Belém -PA eu e o Takeo, um grande abraço pra minha amiga Rita.

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